23/12/1904 – Criada a
primeira feira livre na povoação de Barriguda, atual cidade de Alexandria
15/03/1905 – Veja bem como
os alexandrienses sempre tiveram a tendência para a famigerador violência, a
prova disso está numa correspondência de um comerciante viajante enviado para o
Jornal o Mossoroense, imprenso na cidade de Mossoró, datada de 15 de março de
1905. Eis o conteúdo dessa correspondência;
SECÇÃO LIVRE
BARRIGUDA
É a povoação de Barriguda, no município de Martins, um dos pontos
comerciais do Sertão do Estado.
Demora a margem direita do
riacho que lhe dá o nome, cujas águas permanentes são das melhores que há no
sertão.
É atravessada por uma
estrada comercial que faz trânsito de uma parte do sertão do Rio do
Peixe-Estado da Paraíba, para o porto de Mossoró, e tem, além disso, populosos
arredores.
Se, por felicidade das
barrigudenses, desaparecem certos abusos
que se praticam ali, se quais tive ocasião de presenciar num dos dias de feira
que assisti na Barriguda, o seu comércio criado a pouco tempo. Em dezembro do
ano atrasado, poderá ser, mais tarde, um dos melhores comércio do sertão do Rio
Grande do Norte.
Distante oito léguas da
cidade de Martins, nove de Pau dos Ferros, onde de Luís Gomes, oito do Catolé
do Rocha e das da cidade de Sousa, Estado da PARAÍBA, É Barriguda o ponto médio
Comercial para e qual converge gente de todos esses lugares.
Dentre de abusos que se
praticam presencie os seguintes: Um povo, em quase sua totalidade, armado de
faca e ounães, com rara exerção apenas; o jogo de parada por quase todos os
contos da rua, mesmo na latada da feira. A danificar o comercio ; a má
localização da feira em local péssimo, impróprio para as estações invernosas – portanto
muito prejudicial a saúde; a arrecadação, sem forma, dos impostos pelo Coletor
e o tal procurador da intendência, que recebiam do contribuinte a quantia
importa entregando ao mesmo um pelucho manuscrito, muito mal feito, quando
deviam dar ao pagador os talões impressos das respectivas recebedorias.
Devido a essas outras
irregularidades que se dão ali, muitos homens que trabalham para o aumento e
prosperidade do lugar, em cujo empenho se esforçaram, na convicção de que se
tratava de coisa séria, vão deixar a concorrência da Barriguda, e, segundo
informou-se e distinto cidadão conhecedor de todos passados dalí, já vão diminuindo muito as feiras.
Ora, pois, são costumem
contrários, a rasão, que por toda parte se vê, o principal motivo de tantas
desordens que há no mundo, coja confusão bem por fim o regresso geral das
coisas.
Por minha vez, porque gosto
do comércio, por cujo motivo simpatizei a Barriguda, sinto profundamente se o
tal lugarejo voltar para o calçado velo.
15 de março de 1905 – Um
passageiro
22/05/1912 – A Povoação de
Barriguda foi visitada pelo celebre bandoleiro ANTONIO SILVINO, que não comete
nenhuma depredação.
A permanência do
audacioso bandido, que se fazia acompanhar de dez homens, bem armados e
municiados, foi rápida. Ficaram na comunidade apenas o tempo necessário para
almoçar na hospedaria local. O Bando procedia de JERICÓ, no serão paraibano, e
à tarde voltou para o aludido Estado, através do município de Sousa. Apesar do
aparato bélico e agressivo que apresentava o grupo, nenhum ato de violência foi
praticado em Alexandria, nenhum crime cometido nenhum roubo efetuado.
Nessa época a localidade de
Barriguda não dispunha de e nenhuma força ou destacamento policial que
oferecesse qualquer resistência, o que não necessitou, face a maneira como se
portaram os assaltantes. ANTONIO SILVINO não costumava usar violência, senão
contra os que o perseguiam. Iguais aos assaltantes de hoje.
17/09/1912 – É criada a
Sub-delegacia de Polícia da Vila de Alexandria, que teve como primeiro subdelegado,
o tenente ALTAMIRO DA FONSECA BRAGA, que a principio trabalhava somente com um
policial militar, o soldado ANTONIO LAURENTINO DA SILVA, natural de Nova
Cruz-RN, mais tarde pai do coronel Geraldo Laurentino da Silva e do sargento
FRANCISCO LAURENTINO DA SILVA.
12/11/1913 – a Intendência
Municipal de Martins, mudou o nome de barriguda para Alexandria, numa
demonstração de homenagem a Dona Alexandrina Barreto Chaves, nascida na
povoação e esposa do senador Ferreira Chaves, eleito governador do Estado pela
segunda vez.
FOTO EXTRAÍDA DO BLOG LAMPIÃO ACESO